Algumas coisas nos mostram o quão inútil são alguns de
nossos pensamentos. Reclamamos de qualquer coisa, nos maldizemos, perdemos
precisos minutos nos preocupando com a vida dos outros e falando mal da nossa.
Num desses dias, na odisséia que separa São Paulo de Mauá, por volta das onze
da noite uma cena me despertou e fez pensar na insignificância de tantas imbecilidades
que cometemos.
Um homem entrou no trem e se pôs a entregar uns cartões, algo que falava de
Deus, e enquanto entregava pedia uma ajuda aos passageiros. Por sua voz e jeito
percebia-se que o rapaz, de aproximadamente 30 anos, tinha algumas
dificuldades.
No meio de seu trajeto entregando cartões, justo ao meu lado, uma menina de uns
5 ou 6 anos foi devolver o cartão, o rapaz parou e olhou durante alguns
segundos aquela criança e com toda sua dificuldade na fala disse para ela ficar.
A menina sorriu e voltou para perto de sua mãe, toda feliz com seu presente.
O jovem presenteou a menina com o único meio que tinha de ganhar seu dinheiro,
era vendendo aqueles cartões que ele conseguia suas moedas.
E muitas vezes somos incapazes de sorrir para alguém, que não custa nada.